domingo, 27 de setembro de 2015

Armadilhas do Processo...

                    

                                       


O processo organizacional, por mais perfeito que possa parecer, pode pregar peças.
Quantas vezes elaboramos uma revisão de processo, estudamos eventuais gaps, realizamos testes operacionais, aprovamos, implantamos e na implementação acabamos traídos...
Por trás de tudo que fazemos, por trás do mundo que enxergamos está o “caos”.
Segundo Hesíodo, (poeta oral grego que viveu por volta de 700 a.C.), o Caos foi a primeira divindade a surgir no universo. Segundo a matemática o caos trata de um sistema dinâmico e não linear que sempre apresenta resultados imprevisíveis, o que nos leva a inferir que o que realizamos de forma pragmática, determinística, está sujeito a perturbações que podem tornar os resultados uma ocorrência do acaso.
No final dos anos 90, eu trabalhava em uma indústria de autopeças em uma cidade próxima a São Paulo. Estava reunido com o Luiz, nosso financeiro, eu era o comercial, quando o Abel um colaborador da área de custos se despediu e partiu. Eram 18:30 horas.
Por volta de 19:30 horas, recebemos uma ligação, de um policial, informando que o Abel havia sido sequestrado o que muito nos alarmou. Imediatamente o Luiz providenciou por meio de um amigo diretor do banco o bloqueio dos cartões e da conta do Abel. Saímos em direção a delegacia e lá chegando por volta de 20:30 horas fomos informados de que já haviam acionado o grupo de policiais especializados em sequestros, que tudo o que era possível estava sendo feito e deveríamos aguardar um contato. Nos contaram que o carro do Abel havia sido achado sobre um viaduto, no meio da rua com as portas abertas, sem qualquer vestígio do motorista e nos localizaram por meio de um cartão de visitas achado no porta luvas.
O tempo passou, foram disponibilizados telefones aguardando um contato e nada aconteceu.
Por volta de meia noite e meia, fomos informados que o Abel estava na delegacia e tudo estava bem. Ficamos felizes e fomos procurar conhecer o que havia na verdade acontecido.
O Abel, saiu da fábrica e se dirigiu para sua aula de inglês que se iniciaria as 19:00 horas, parando seu carro na vizinhança da escola.
Seu carro foi roubado, os ladrões se dirigiram para o centro e sobre o viaduto o sistema de segurança do carro bloqueou o comando elétrico. Os ladrões assustados abandonaram o carro com as portas abertas.
A polícia lá chegando observou a cena e partir das evidências concluíram tratar-se de um sequestro, acionando desta forma o código pertinente. O processo a partir daí seguiu o procedimento estabelecido.
O Abel, saindo as 22:00 horas da aula de inglês foi ao local de seu carro e constatou o roubo, dirigindo-se imediatamente a delegacia. Lá chegando procurou informar sobre o roubo quando solicitaram a ele que aguardasse um pouco pois todos estavam envolvidos em um caso de sequestro que ocorria na cidade.
O tempo passou, por volta de meia noite, cansado de esperar o Abel procurou o escrivão que o atendeu solicitou seus documentos que para sua surpresa se viu diante do sequestrado...
Em tese ninguém havia errado. Mas houve o erro.
Trazendo o exemplo para o mundo corporativo, são as armadilhas as quais nós gestores estamos sujeitos. Com certeza é mais seguro seguir o procedimento pois em caso de um insucesso a “culpa” é do procedimento.
O conhecimento tácito, a maturidade profissional, a capacidade de observação desenvolvida, entre outros, permite criar um sistema que faz a gestão do caos. Um sistema lógico que pode, em cada caso, vir a minimizar a não linearidade das ocorrências.
Essa competência decorre de nossa dedicação, do entendimento que temos sobre nosso trabalho, suas nuances e principalmente do acreditarmos que nada, excetuando a morte, é definitivo, é preciso, portanto, questionarmos, ainda que por um momento, as coisas mais óbvias.

Questione-se sempre. No limite corra o risco de te ouvir.

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Finalmente um Blog!



Há muito tempo me cobram ter e manter um blog. Nunca havia pensado seriamente no assunto. Essa semana parei para refletir sobre os eventuais benefícios de um blog e o que isso pode representar às pessoas que gostam do que faço e escrevo. Fiquei feliz com minhas conclusões.

Prezados, a partir dessa data procurarei manter meu blog atualizado contando um pouco do que faço, minhas viagens, reflexões sobre o momento de nosso país e do mundo. Discutirei minhas aulas para as quais dedico muito de meu tempo debruçado em livros, textos, assistindo a palestras, conversando, entre outras tantas oportunidades de aprendizado. Consolidar o saber é meu desafio, é meu trabalho.

Não consigo enxergar no homem a efetiva capacidade de discernir sobre o que é melhor em suas vidas na ausência do saber. O saber é o último estágio do conhecimento, é o que rege a capacidade da aplicação prática do que lemos, ouvimos, assistimos e principalmente sentimos.

Vou, por meio desse blog entrar ainda mais nesse mundo da gestão do conhecimento.

Nenhum tema será tabu, escreverei, responderei sobre o que aprouver no momento, sobre os sentimentos de impotência diante de devaneios políticos presentes em nosso país e no mundo, sobre teóricos que geram regras e procedimentos sem nunca haverem descido ao “chão da fábrica”, sobre grandes ideias, sobre oportunidades, sobre dicas, aulas...

Seria muito bom se houvesse contribuições sobre temas, perguntas sobre o que escrevi e o que poderia escrever, questionamentos...

Espero com esse esforço contribuir um pouco para que nosso legado, aquilo que nos fará imortais seja construído de forma consciente e precisa.

Sejam bem-vindos os que vierem!!!


Prof. Edgard Falcão