sábado, 4 de março de 2017

Ah! se o governo do Brasil conhecesse o Laffer....

As batalhas que hoje acontecem em Brasília nas principais casas governantes são intensas. O jogo político que envolve o poder é observado a cada manobra e nesse cenário a busca por recursos que permitam equacionar o problema financeiro criado é recorrente na Esplanada.
Pensando na luta insana que o governo trava com o congresso, a oposição, a imprensa e enfim com o povo na expectativa de conseguir mais dinheiro, eu me lembrei de um economista chamado Arthur B. Laffer.
Em 1974, Laffer estava almoçando e conversando com Jude Wanniski, editor de economia do Wall Street Journal, ele riscou em um guardanapo um “U” invertido e disse, essa é a curva que representa a relação entre a alíquota de um tributo e sua respectiva arrecadação.
Imagine uma alíquota 0%, o governo nada arrecada e o mesmo acontece com uma alíquota de 100%, pois nesse caso ninguém trabalhará de graça. Assim deve existir um ponto onde ocorre a máxima arrecadação e a busca desse ponto é o desafio dos economistas.



No Brasil houve um aumento do imposto sobre o produto importado e a consequência imediata foi a queda na arrecadação pela óbvia queda das importações. Não discuto aqui outra questão senão a validação do modelo.
Nos EUA durante o governo Reagan houve uma redução na alíquota dos impostos sobre a receita das pessoas o que redundou em aumento da arrecadação. Novamente valida-se o modelo.
Portanto há uma relação clara entre a alíquota de um imposto que interfere na forma de trabalhar de uma população e a arrecadação final desse imposto.
Os livros didáticos de economia, em seus primeiros estudos, concluíram ser o ideal uma alíquota de 70%.
Dra. Christina Romer, presidente do conselho de economistas do governo Obama, professora em Berkley – Califórnia, a mais influente economista esquerdista dos EUA, publicou no The American Economic Review, a revista de economia mais respeitada do mundo, um estudo sobre qual seria a alíquota que permitiria a maior arrecadação para um tributo e sua conclusão foi frontalmente contrária ao que se supunha, chegou a 33% que hoje é aceita como limite técnico da alíquota para a máxima arrecadação.



Há países com alíquotas maiores e isso acontece onde a responsabilidade do governo com a manutenção do alicerce da sociedade é exercida. Temos que considerar também que o trabalho é facilitado em função do tamanho dessa população, da extensão territorial do país e principalmente da cultura desse povo.
Hoje, nós brasileiros pagamos uma alíquota da ordem de 43%, portanto acima do que seria o limite técnico.
O governo busca aumentar pois a conta não fecha.
Desculpe-me, senhor governo, mas o exposto acima é só mais uma razão, essa técnica, para demonstrar que o problema não está na arrecadação e sim na forma como os recursos são gastos.
Por favor, faça cortes reais, pare de favorecer pessoas que sugam a seiva de nosso país, pare de negociar com crápulas, que assaltam, dentro da lei, o tesouro, assumindo funções desnecessárias, tripulando cargos ociosos.

Para governar para o povo é preciso coragem, para seu grupo basta não ter escrúpulos.

segunda-feira, 21 de março de 2016

Olhe para o Caminho


Várias vezes, em busca de aventuras, decidi conhecer lugares onde poucos haviam chegado, onde o inusitado estaria presente. Nessas empreitadas defino sempre uma meta ousada pois assim a coisa fica muito mais emocionante...

Minha preocupação principal não é a meta ou o objetivo final da viagem, mas o caminho que devo percorrer pois, ele sim, exige conhecimento, habilidade, ferramentas e muita disposição para com o imponderável.

Há milênios Confúcio falou, “eu direcionei minha vontade ao caminho”, talvez tenha ele buscado dizer que devemos respeito ao caminho e desta forma precisamos priorizá-lo, mas, perguntaria um cético: “de que vale o caminho senão atingirmos a meta?” Não há porque responder essa pergunta, pois é, com certeza, impossível atingir-se a meta sem se concentrar no caminho. Não é opcional.

A expectativa e a vontade de atingir uma meta vencendo todos os obstáculos passa antes pela expectativa e vontade de se preparar para o embate e, aí sim, enfrentar, agora preparado, o caminho. Portanto, preparar-se também não é opcional.

O mundo corporativo carece e por isso busca incessantemente pessoas preparadas ou dispostas a se preparar, para percorrer os caminhos respeitando os obstáculos, procurando formas de neutralizá-los ou contorna-los atingindo a tão almejada meta.

Uma dica importante que vem do mundo corporativo é a divisão da meta primária em metas secundárias e sequenciais. Quando definimos uma meta, transformamos essa em um sem números de tarefas, metas secundárias, visíveis todo o tempo e o conjunto torna a meta primária próxima e palpável.

É uma boa forma de encarar um terreno inóspito e desconhecido. Quando nosso objetivo está fora de nosso campo de visão ou em uma distância tal que fixá-lo pode ser contraproducente, torna-se importante estabelecer os passos e tratá-los de forma independente de acordo com sua exigência e grau de dificuldade.

A soma dos passos assertivos dados em direção a meta permitirá o sucesso da empreitada.


Fique de olho no caminho e o atingimento da meta será o coroamento de um esforço concentrado e competente. 

terça-feira, 24 de novembro de 2015

A felicidade da Ivy


Outro dia, olhando para minha cachorrinha, uma Schnauzer chamada Ivy, correndo, latindo, pulando, pensei que ela está conosco há 8 anos e quando chegou, pequenina, já era assim...

Todas os animais, coisas, natureza, com exceção do homem já sabem o que serão, o que farão, há para eles um campo de variação muito reduzido, voltado quase que exclusivamente para uma adaptação ambiental. E mais, passarão a vida repetindo as rotinas estabelecidas.

Nós quando nascemos nossos pais nos olham e dizem, quem você será? Até um, quem é você?

Uma coisa que eu percebi é que nunca ficamos prontos. Passamos a vida construindo a nós mesmos.

Estudo e aprendo todos os dias e todos os dias alguma coisa é mudada em minha vida. O indicador do aprender é a mudança. Estou crescendo.

Rubem Alves dizia que o saber vem depois da sabedoria e assim buscamos o saber porque nos tornamos sábios. Aprendemos primeiro a falar e depois a gramática. Muitas de nossas buscas estão ligadas a comprovarmos aquilo que já sabemos, aquilo que a sabedoria já nos mostrou. E essa busca nos permite obter mais dados e então convertê-los em sabedoria que nos instiga a uma nova busca. Trata-se de um círculo virtuoso impossível de ser detido

A sabedoria claramente tem a ver com a felicidade pois é o processo natural do crescer.

Ainda observando minha cachorrinha, feliz, correndo, refleti sobre o que seria felicidade. Ela estava muito feliz. Quando eu parava de brincar ela mudava seu semblante, sua postura. Voltava a “sorrir” quando eu retomava a brincadeira, ela queria que eu continuasse.

Ah! Veio a luz. Felicidade é um momento que você não quer que acabe. Quando não quiser que um momento acabe é por que está feliz.

Assim comecei a perceber durante meu dia onde a felicidade está presente e incrivelmente descobri que é possível planilhar! Bem matemático, talvez, novamente, me lembrem que sou engenheiro e essa é uma conclusão por demais pragmática. Mas é no mínimo lógica e o pior é que é simples assim.

Pensei ainda que talvez, nada fazer a espera de algo que deverá acontecer é, portanto, vida desperdiçada. Exclui-se, claro o ócio, que é não fazer nada não tendo nada para fazer, difícil. Mas creio que isso seja uma outra reflexão.

O Pastor Cláudio Duarte diz que algo como, viva, faça tudo o que estiver a seu alcance, pois assim no dia em que a morte vier lhe buscar, levará somente seu corpo e nenhum de seus sonhos.


Vamos então enumerar momentos que não queiramos que acabem.

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Hemingway, a Antítese.


Estava lendo a biografia de Ernest Hemingway, escritor, aventureiro, viajante, bon-vivant.

Bebeu em bares de muitas cidades do mundo como Paris, Veneza, Havana, Key West, Madrid, Cairo, entre outras...

Esteve no Egito e sobreviveu a dois acidentes aéreos, o primeiro em um voo panorâmico que fazia junto com sua esposa, o avião caiu e eles aguardaram o socorro. O outro avião que os resgatou no dia seguinte veio a cair também, novamente sobreviveram, perdidos na savana, com cheiro de sangue salvaram-se de hienas, leões e outros carniceiros. Sinal de que, talvez, muito viveria se não viesse a se suicidar em 1961.

Gostava de Havana, lá escreveu “O velho e mar” que lhe rendeu um Nobel de Literatura.

Gostava de uma conversa o que na verdade era quase um monólogo pois falava muito.

Um sem número de lugares dizem que o Hemingway bebia ali e também por isso se tornaram famosos. Entre eles, “Harry’s Bar” em Veneza, um pequeno bar com vista para o Kilimanjaro, no Parque do Serengueti na Tanzânia, “La Bodeguita del Medio” e “El Floridita” em Havana, “Sloppy Joe’s” em Key West, “Casa Botín” em Madrid, Café Iruña em Pamplona, “Marsella” em Barcelona, “La Rotonde” em Paris e outros inúmeros botecos, bares e similares pelo mundo afora.

Mas o que me chamou a atenção é que há um bar em Madrid, que também se tornou famoso, localizado nos arcos da Plaza Maior por exibir uma placa com os dizeres “AQUI HEMINGWAY NUNCA BEBEU” ... causa estranheza e também atração.

É possível ver uma lição interessante quando trazemos esse fato do mundo dos botecos para o mundo corporativo.

Há uma teoria chamada “Síndrome do meio” que faz menção a um ponto nunca observado em uma análise inicial. Esse ponto é o meio.

Vale lembrar que, em sua maioria, as pessoas formam uma opinião ou juízo nos primeiros minutos de análise e depois passam o restante do tempo buscando provar sua tese ou afastá-la com fatos concretos. Essa análise inicial despreza o meio.

Observe, é comum conhecermos o melhor e o pior e desconhecermos os que se encontram posicionados pelo meio. Lembre-se olhando produtos em um supermercado.

Muitas vezes, em uma organização, estarmos associados a onda que ora está sendo surfada nos torna mais um na multidão dos seguidores. Sabedores que somos que nenhuma onda dura para sempre, sejamos nós os autores de nossa própria obsolescência que sempre começará com a construção passiva da antítese.

A Antítese colocada em momento correto chamará a atenção de quem fizer uma análise rápida.

O importante é que as análises rápidas são o que presidentes, diretores, investidores, executivos fazem quando algo lhes chama a atenção e o segundo passo é solicitar a alguém que “saiba mais” sobre o tema. Aí está a oportunidade.


Foi a antítese que tornou aquele bar em Madrid famoso pois ele jamais recebeu Hemingway.

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

A Navalha de Occam


“A explicação mais simples é a certa...”

Na idade média usava-se o lugar  onde a pessoa nasceu ao invés do sobrenome. William de Occam, nasceu em 1285 na cidade Occam ou Ockham na Inglaterra. Viveu até 1349. Foi Filósofo e Monge Franciscano.

O princípio da pluraridade diz, “A pluraridade não deve ser determinada sem necessidade”. Para se fazer arroz, basta uma receita. Se houver problemas na execução desta busca-se outra. Ter muitas no início não contribui, confunde.

O princípio da parcimônia diz, “Não há porque fazer com mais o que pode ser feito com menos”. Entenda a meta, e somente aquilo que agregue valor a meta deve ser feito ou disponibilizado para a tarefa.

Aristóteles é conhecido também pela frase, ”quanto mais perfeita é uma natureza, de menos meios precisa para seu funcionamento”. A natureza é simples.

A Navalha de Occam é uma ferramenta que nada prova, mas serve como um conselho a ser seguido e declara que quando há duas explicações geralmente a mais simples é a correta.

As explicações mais simples vêm de evidências que já sabemos que são verdadeiras. Sabemos que passarinhos cantam porque podemos escutá-los. Sabemos que fogo queima pois podemos senti-lo. 

Sabemos sobre fatos, conhecemos coisas e ambientes e essas são evidências que nos ajudam durante nossa vida a elaborar explicações plausíveis, pelo menos a nós.

Assim a Navalha de Occam é uma ferramenta poderosa a ser utilizada contra os teóricos da conspiração que inundam nosso meio corporativo.

É comum observar a incompetência escondida por detrás de uma crise bem aproveitada. Nesse momento surgem os heróis de última hora, os salvadores da pátria ou partícipes desta. A simplicidade desmascara esses agentes do caos.

Como ponto de partida, não dar ouvidos ou créditos a longas e complexas explicações, ater-se ao simples, ao que pode ser comprovado por evidências que já sabemos verdadeiras é o caminho da liderança para evitar o engrandecimento da incompetência.

Conhecer a Navalha de Occam é utilizar-se de um preceito filosófico, antigo, testado e que se usado com parcimônia torna-se uma ferramenta poderosa na gestão de crises.


Os detetives usam esse princípio para deduzir quem é o suspeito mais provável.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Tentar & Merecer


Em minhas reuniões de equipe sempre reagi a pessoas que utilizavam o verbo tentar. Acho que irritei alguns, mas o verbo tentar é muito perigoso.

Minha afirmação chave era que o tentar não pressupõe ação. Tente dar um grito! Invariavelmente ninguém gritava e eu confirmava, não o fez, se caso alguém viesse a gritar eu diria, você o fez. Onde o tentar entra nessa história?

Afirmar que vai tentar, a mim mais parece o início da construção de uma desculpa.

Tentar, quando muito, é parte do planejar. Na operação preocupe-se em fazer. A honra está na vitória ou na derrota e creia a vida de ambas é muito curta, logo esquecida. Não há honra onde não há luta.

Essa lógica nos leva ao merecer. Uma vez ouvindo o Bernardinho falar, ele afirmou muitas vezes coisas sobre o merecer. Creio que é um sentimento único, somente nós sabemos se merecemos, somente nós sabemos se de fato lutamos...

Merecer é uma construção pessoal de dignidade.

Minha ideia sempre foi que façamos por merecer. Em uma equipe se todos fizerem por merecer a equipe será muito mais forte.


Tenho saudades das equipes com as quais trabalhei.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Indiana Jones Team


Houve um dia que existiu o “Indiana Jones Team” e este fez toda a diferença na construção da Anhanguera Educacional. 

Ajudou pelo menos um pouquinho a torná-la, em 2014, junto com a Kroton Educacional a maior empresa de educação do mundo.

Era uma sala grande em meio a uma imensidão de salas, e lá estavam os que compunham a equipe.

Acontecia todas as manhãs de segunda feira uma reunião de equipe. O foco era a equipe e a maneira como nos relacionávamos intramuros.

Temos todos muitas dificuldades para esse tipo de conversa.

Sempre começávamos com um problema emergente, durante os debates focávamos na situação relacional e o quê e como ela influenciou esse e outros problemas que enfrentávamos e era fantástico, todos se posicionavam enquanto pessoas. O problema? Esquecido por hora...

Sem dúvida havia exposições, mitos caiam, havia discussões aquecidas, até porque o grupo era formado por líderes, por ferrenhos perseguidores de resultados, mas principalmente por pessoas que amavam estar ali.

A produtividade era imensa, fizemos toda a diferença e eu agradeço a cada um deles pelo aprendizado que tivemos.

Nossa música era essa...


Valeu, Indiana Jones Team